terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A RIO + 20

É muito importante a participação da sociedade civil nos debates e elaboração de documentos a ser apresentados na Conferencia de Avaliação da Eco - 92 hoje intitulada Rio + 20.
 Vamos melhorar este documento? -  Colabore com sua sugestão
 
Documento de histórico e contextualização rumo à Rio+20
O que está colocado pela sociedade civil?
Na perspectiva das organizações não-governamentais e movimentos sociais, a Rio+20 deve ser vista não como um ponto de chegada, mas como um ponto de encontro e parte importante de um processo rumo a uma nova fase – mais efetiva e menos discursiva – na construção de uma sociedade sustentável.
É importante ver a Rio+20 como algo que vai muito além da conferência em si ou de seu processo preparatório oficial. O seu grande valor é estimular o diálogo e ações conjuntas dos indivíduos, movimentos e organizações que atuam nas mais diversas causas, permitindo a construção de espaços que incluam também as inúmeras pessoas que se sentem distantes de processos e decisões que definem os rumos de suas vidas. (Programa Agenda 21)
Além disso, a mobilização para a Rio+20 não se limita à cidade do Rio de Janeiro, e nem mesmo ao Brasil. A conferência tratará de temas globais, e por conta disso inúmeros grupos já estão se organizando em vários países não apenas para participar do processo oficial da conferência, mas também para pensar em como aproveitar o momento gerado por ela para construir ações de âmbito regional ou local que afetem positivamente suas comunidades, cidades e estados. O Comitê Paulista para a Rio+20 é apenas um exemplo disso, e diversas iniciativas estão surgindo por todo o mundo.
Já se sabe que da conferência oficial não podemos esperar grandes tratados ou soluções definitivas. Mas podemos aproveitar o momento criado por ela para dar início a processos capazes de desencadear transformações que, em prazo relativamente curto, são capazes de fazer a diferença, contribuindo decisivamente para o futuro que desejamos.
Os dois temas centrais da conferência, Economia Verde e Governança para o Desenvolvimento Sustentável, estão envoltos em polêmicas e geram reações diversas entre organizações da sociedade civil e movimentos sociais. Economia Verde é um termo novo, cujo significado ainda está sendo construído, e diante do qual alguns reagem com ceticismo, outros com fortes críticas e outros vendo a possibilidade de resultados interessantes apesar da preocupação com o risco de surgirem distorções ou encaminhamentos inadequados. Quando se trata da governança global para o desenvolvimento sustentável, também há divergências, com posições que vão daqueles que já perderam completamente a esperança nos processos ONU àqueles vêem importância na sua atuação e acreditam na construção de reformas.
Além desses dois temas, a Rio+20 também será um momento para avaliar o que foi construído durante os últimos vinte anos, desde a Eco-92. Enquanto muitos governantes têm evitado essa discussão e é provável que ela seja esvaziada durante a conferência (justamente porque pouco foi feito), a sociedade civil tem dado grande importância à construção dessa análise, e vê nos compromissos já assumidos por cada país no passado oportunidades importantes de pressionar por mudanças. A Agenda 21, por exemplo, é um mecanismo que segue importantíssimo e muito adequado à realidade atual, cujo uso poderia ser reforçado em todo o mundo.
Para além da pauta da conferência em si, é importante destacar que os processos de articulação e mobilização da sociedade civil também têm abrangido diversos temas que não estão no centro da agenda oficial. Como já mencionado, a Rio+20 é algo que vai muito além das atividades da ONU, e traz a oportunidade de ONGs, movimentos sociais e indivíduos se unirem para discutir os mais diversos temas, planejar conjuntamente e construir pautas próprias para mobilizar a população pelas causas que consideram ser importantes, independentemente daquilo que é apresentado pelos governos.
Assim, a Rio+20 se apresenta como um momento de grande relevância não apenas para os debates sobre desenvolvimento sustentável, mas também para o fortalecimento da sociedade civil nas esferas local, nacional e global, e uma importante ocasião para a construção de ações e planos no curto, médio e longo prazo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário